viernes, 10 de abril de 2015

VERMEHLO (PORTAL BRASILERO) - INFORME SOBRE ELBA Y EL COOPERATIVISMO - 13/10/14

América Latina

13 de outubro de 2014 - 11h15 

Oficina de literatura promove inclusão em presídios na Argentina

Luis Sanjurjo era professor na faculdade de comunicação da Universidade de Buenos Aires (UBA) quando, há seis anos, em uma de suas aulas, uma aluna que trabalhava no ministério da Justiça comentou que a bibliotecária do presídio de Ezeiza, na Grande Buenos Aires, procurava alguém que pudesse fazer um seminário de leitura com as detentas.

Por Julieta Mortati, de Buenos Aires para o Miradas al Sur


En Los Bordes Andando
A revista Elba é publicada anualmente com o resultado das oficinas; a última edição é dedicada às paixões.A revista Elba é publicada anualmente com o resultado das oficinas; a última edição é dedicada às paixões.
Ela via que as mulheres que cumpriam pena apenas retiravam livros de autoajuda e romances água-com-açúcar, e gostaria de tentar gerar algum interesse por outros gêneros de literatura.

Sanjurjo se interessou pela ideia: apresentou um projeto para o seminário e, durante a empreitada, se deu conta de que outra coisa estava nascendo. “Percebi que minha tarefa não era um trabalho estritamente de leitura, porque relacionávamos os textos com o corpo, a história e a memória. A necessidade de dar forma às inquietudes que surgiam na oficina fez com que a experiência se materializasse no primeiro número da revista”, relata Sanjurjo. A revista Elba (sigla de “Em Los Bordes Andando”; em tradução livre, “Caminhando pelas Beiradas”) foi apadrinhada por Taty Almeida, escritora e ativista argentina e integrante das Mães da Praça de Maio, e Osvaldo Bayer, escritor e jornalista argentino. Sobre o nome da publicação, Sanjurjo explica: “Foi um conceito que nasceu em uma reflexão filosófica e estratégica que nos permitiu trabalhar em uma instituição tão rígida e refratária a mudanças como uma casa de detenção. Porém, por outro lado, toda cadeia tem fissuras que têm a ver com o âmbito da expressão, por cujas fronteiras decidimos caminhar”.

No primeiro número da revista com os textos da oficina das mulheres, Sanjurjo escreveu: “Levamos adiante a oficina convencidos da importância desta forma de fazer cultura, na qual recuperar a voz é o primeiro passo. E aqui estamos, mudando de posição e ocupando nosso lugar de ‘sujeitos da comunicação’.” A revista chegou à prisão Marcos Paz, também na Grande Buenos Aires, e ali a experiência foi replicada.

Yair Biela, que morou na rua quando criança e esteve preso oito anos, e hoje é grafiteiro e compositor de tango, começou a assistir às oficinas em Marcos Paz. Sanjurjo – que também é coordenador do Observatório de Políticas Públicas do Centro Cultural de Cooperação da capital argentina – e Biela impulsionaram neste ano a criação da cooperativa En Los Bordes Andando. “Começamos a perceber o quão difícil era sustentar as iniciativas. Era muito caro proteger as pessoas que iam dar as oficinas. E as mudanças no serviço penitenciário tornavam difícil a tarefa com os detentos, uma vez que em seis anos passamos por quatro gestões diferentes”, diz Biela. A cooperativa, além de ser um espaço de debates entre os membros, permite que as pessoas que ministram as oficinas possam cobrar um salário como por seu trabalho. “Na próxima leva de oficinas, a equipe que as organizará será formada pelas pessoas que estão participando delas agora. Então, os próximos salários serão para elas, e isso é muito importante porque constrói-se uma espiral de inclusão. As cooperativas são ferramentas fundamentais para a inclusão social, porque não dependem de empregador, são autônomas e tiram o estigma das pessoas condenadas socialmente pela máquina social que gera mais confinamento”, aponta Biela.

Sanjurjo opina que “a cooperativa é uma ferramenta política que serve para dar visibilidade à agenda dos contextos do confinamento, além de ser uma fonte de inclusão para quem esteve privado de liberdade e permitir construir uma ponte firme de debate com o mundo exterior, já que a cadeia não é um mundo social exterior, mas está estreitamente vinculada com o que acontece na sociedade. O estigma impede que se gerem alternativas de inclusão desde as esferas simbólica, afetiva e do trabalho.”

Há, no entanto, outro problema. Na Argentina, a Lei de Cooperativas proíbe a participação no conselho de administração a quem tenha cumprido pena por roubo ou furto até dez anos depois da pessoa ter saído da prisão. Para permitir que os ex-detentos tenham acesso ao conselho da cooperativa, a deputada María Carmen Carrillo, do partido Frente para a Vitória, apresentou um projeto de modificação desse artigo da lei 20.337 no Congresso argentino. “É um absurdo, porque você dobra a condenação de alguém que já pagou pelo que fez. Este artigo discriminatório contradiz a Constituição no que diz respeito à inserção no mercado de trabalho. A cadeia não é uma fábrica de escravos baratos. Se o trabalho é dignidade, e se o trabalho ensina quanto custa ganhar a sua própria grana, é muito provável que os rapazes saiam do delito através da cultura, do trabalho e da educação. Insegurança é não ter acesso à saúde, é não poder dar de comer para a sua família”, diz Biela.

Para a cooperativa, a Elba é uma parte fundamental do projeto. A revista, que começou sendo gratuita, agora tenta converter-se em uma fonte de trabalho. “Em um primeiro momento, nós a usávamos para dar visibilidade aos problemas e ao potencial criativo das pessoas envolvidas. Investíamos nela a cada dois meses, e a ideia era sair para entregá-la gratuitamente. Como a cooperativa é uma figura empresarial de inclusão econômica e de trabalho, ela nos permitiu tomar decisões importantes. As capas são feitas com estêncil, então nenhuma é igual à outra. Por isso elas têm o status de um objeto de arte e podemos vendê-las por um preço mais alto. Fizemos uma seleção dessas capas e a reproduzimos em uma tiragem maior de mil exemplares a um preço mais barato, para que as pessoas sigam trabalhando”, explica Biela. A Elba é publicada uma vez por ano, e cada edição aborda os temas trabalhados na oficina, como o corpo, a cidade, o tempo e o poder (para a última edição, o serviço penitenciário lhes comprou livros do filósofo francês Michel Foucault).

Quinze pessoas começaram com a revista, e hoje, seis anos depois, são mais de 70. Todas participam nas diversas oficinas – pensamento, expressão, jornalismo, cinema, música e estêncil – organizadas pela En Los Bordes Andando e realizadas na unidade 31 do Complexo Federal de Detenção de Mulheres de Ezeiza e nas unidades 24 e 26 do Complexo Federal de Detenção de Jovens Adultos de Marcos Paz. O sétimo número de Elba, dedicado às paixões, foi apresentado em maio deste ano no Centro Cultural da Cooperação de Buenos Aires. Da mesa de debates, participaram, entre outras pessoas comprometidas com a causa, Silvina Prieto, que cumpre pena perpétua em Ezeiza há 13 anos e recebeu um prêmio literário em dezembro do ano passado. Sanjurjo resume em uma história a experiência destes anos: em uma das primeiras oficinas nas quais trabalhavam com a temática do corpo, ele teve a ideia de levar uma dúzia de flores de jasmim. Silvina Prieto, que era uma participante bastante ativa, ficou de lado, em silêncio. Sanjurjo se aproximou para lhe perguntar se tinha acontecido alguma coisa: “Ela me disse que fazia oito anos que não sentia o perfume de jasmim. Acredito que esta anedota ilustra o poder que te dá recuperar a palavra. Dentro da cadeia, há uma extinção da identidade, da história. E a literatura é uma ferramenta de sobrevivência fundamental na qual você encontra um tom de vida para viver e para se expressar. E na vontade de recuperar a voz, há um gesto de resistência que lembra que somos humanos e que temos algo a dizer”.

E, com este exemplo, explicou sua batalha: “A escrita não é apenas uma ferramenta contra os estereótipos, mas uma ferramenta que tem a ver com o reconhecimento dos valores simbólico e material do trabalho. Escrever não é apenas um gesto poético, mas, para nós, é algo estratégico, que tem a ver com a dignidade e com sentir-se valorizado pelo que se diz”.

AR INFO - SOBRE EL PROYECTO DE BIBLIOTECAS EN CÁRCELES - 27/7/14



| El Colectivo Cíclopes fomenta una campaña para crear bibliotecas en penales y colaborar con los talleres de literatura que allí se dictan

Colectivo Cíclopes es una organización social conformada el pasado mes de abril, con el objetivo principal de generar bibliotecas especializadas en contextos de emergencias, es decir, en aquellos espacios con determinadas vulnerabilidades en cuanto a lo cultural o lo educativo.
“Partimos de la base de que la donación es un acto consciente, no el fruto de que algo que ocupa lugar en casa y hay que descartarlo”, sostuvo Cecilia Baiardi, fundadora de la organización.
El primer proyecto al cual se abocaron desde su nacimiento fue en conjunto con el taller ‘En Los Bordes Andando’ (ELBA), que es un espacio multidisciplinario, abocado a la literatura y al arte en general, que se lleva a cabo en las cárceles de Marcos Paz y Ezeiza. Se trata de un programa que ya tiene siete años de funcionamiento, cuyo taller literario edita una revista con los textos producidos en base a los intercambios.
“Desde el Colectivo Cíclopes difundimos un pedido de donación de libros que tengan que ver con la temática del taller. Puede ser literatura, arte, novelas, comics, etcétera. Es decir, temas que permitan conectarse con otros mundos a través de la lectura”, precisó Baiardi en diálogo con “Curiosa tarde” por Radio Arinfo.
La organización ha abordado el tema del encierro desde múltiples perspectivas: desde hospitales mentales y  cárceles, hasta oficinas y la tecnología. “Hay muchas coas que a uno lo distancian de lo que pasa afuera. El rol de la literatura es romper con ese encierro”, plantearon.
Baiardi dio cuenta de cómo esa forma de pensar incide en los internos: “Tuvimos acceso a testimonios de chicos que fueron parte de ELBA, que estuvieron en la cárcel y que salieron. Ellos decían que antes de estar presos tampoco eran libres, porque la vida los había llevado a hacer determinadas cosas; no tuvieron opción. Nunca se habían encontrado con algo o con alguien que les dijera que otra realidad era posible. Una vez que pudieron acceder a este taller, participar, leer y escuchar la voz de otros, descubrieron algo nuevo”.
El proyecto de la biblioteca nació como una iniciativa propia de Colectivo Cíclopes, pero pronto se unió a un trabajo más amplio de ELBA: “Nosotros habíamos decidido juntar materiales que sirvan, armar la biblioteca y conseguir una biblioteca que se encargue de clasificar el material. Queríamos dársela de regalo al taller, en homenaje por sus siete años. Pero ELBA, al mismo tiempo, decidió abrir una convocatoria de materiales para hacer una gran biblioteca. Cuando vimos eso, decidimos acoplar nuestro trabajo para que no se confunda el mensaje. Ahora somos colaboradores fijos de este proyecto”.
“Nosotros convertimos en militantes de la cultura. Es algo apartidario. Militamos por la idea de que, a través del arte y la literatura, una persona puede cambiar”, destacó la fundadora de la organización.
Para el 2015, el objetivo es replicar la experiencia en otro contexto de emergencia. Una de las posibles iniciativas es crear un taller de radio para niños en el comedor ‘Rayito de Sol’ de Guernica.
“Trabajan hace muchos años y lo hacen muy bien. En este caso, no se juntarían libros de literatura y arte, sino materiales para niños”, anticipó Baiardi a Radio Arinfo.
Finalmente, mantuvo la confianza en seguir trabajando “codo a codo” con las madrinas de Colectivo Cíclopes, que son artistas como Miss Bolivia, la ‘Negra’ Sarabia y Sofía Viola.

DIARIO CONURBANO - INFORME SOBRE ELBA - 8/7/14

Una cooperativa que trabaja, desde la cultura, por la inclusión de los presos

Detalles
Se trata de En los Bordes Andando (ELBA), que desarrolla una importante tarea en unidades penales federal con los internos, a través del arte y la comunicación. La cooperativa – que acaba de cumplir seis años de existencia – propone legislar como políticas de Estado las iniciativas de inclusión.

Por Manuel Rodríguez

La cooperativa En los Bordes Andando (ELBA), que trabaja dentro de unidades penales con los reclusos a través del arte y la comunicación, festejó su sexto aniversario y remarcó la necesidad de “legislar” para que la “inclusión de los presos en la sociedad”.


“No hay que reinsertar a nadie en ningún lado porque la cárcel es parte de la sociedad. Si hablamos de reinserción, muchos de los estos pibes vienen de sectores muy vulnerados, y reinsertar suena a volver a ponerlos en el mismo lugar. La idea es incluir desde la cultura, la educación y el trabajo”, señaló Yair Biela, uno de los responsables del proyecto, en una charla con Aire Nativo, que se emite por Radio eLe, FM 93.30.

Y añadió: “Es un discurso que estuvo puesto en los medios y en la política durante años. No es que uno se confunde, es que lo confundieron mucho tiempo”.
Desde el 2008 ELBA efectúa  talleres de pensamiento, expresión, periodismo, cine, música y arte en las unidades 31 del Complejo Federal de Detención de Mujeres de Ezeiza, y 24 y 26 del Complejo Federal de Detención de Jóvenes Adultos de Marcos Paz, con el objetivo de brindar herramientas a internos para su vida fuera de las celdas y generar un espacio para la reflexión.
Entre sus proyectos más ambiciosos se encuentra la revista “ELBA - Textos desde la cárcel”, que es realizada por los propios integrantes de los talleres y tiene el padrinazgo del escritor y periodista Osvaldo Bayer, desde donde se intenta demostrar que los reclusos son parte de la sociedad.
 En ese sentido, Biela se refirió a la discusión sobre la inseguridad y apuntó que “sólo se analiza y se debate en términos delictivos”, y que si bien “es una realidad”, el debate debe pasar, también, por “el acceso a la educación, a los servicios de salud y la lucha contra el hambre”.
“Vivimos en una Argentina que en los últimos creció mucho en cuanto a inclusión y derechos 10 años, pero no alcanza con eso. Hay que legislar. Existen muy buenas decisiones y dirigentes políticos que llevan un buen trabajo adelante, pero ¿qué pasa cuando la gestión se vaya? Se caen las decisiones políticas”, explicó el artista, que se convirtió en referente de la Unidad de Marcos Paz, donde cumplió su condena.
Y sentenció: “Algunos de nosotros pasamos por una situación de encierro, donde la ley de cooperativismo nos prohíbe formar parte de un consejo de dirección. Se presentó un proyecto desde el Frente para la Victoria para eliminar esa doble condena”.

TERRITORIO REVISTA - INFORME SOBRE ELBA - 12/2014